Com informações de: Correio Braziliense
O presidente do Sindicato dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle – UNACON SINDICAL, Rudinei Marques, afirmou que a cúpula da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) utiliza dois pesos e duas medidas no tratamento dos funcionários e cobrou transparência do órgão na indicação dos integrantes dos conselhos de estatais e empresas em que a União tem participação. “O que vale para os demais servidores não se aplica a eles, que regulamentam as regras, chegando a exercer até atividade que a própria lei proíbe”, criticou Marques.
O presidente do Unacon se referia ao “bico” ilegal de R$ 16,4 mil mensais prestado pelo subsecretário de Política Fiscal, Marcus Pereira Aucélio, no Banco de Brasília, durante o expediente. A outra alusão foi à portaria da STN que restringiu o direito dos servidores de darem aulas em colégios, faculdades e cursinhos preparatórios para concursos, mesmo nos fins de semana. Reportagens do Correio têm revelado os megassalários embolsados por ministros e integrantes da cúpula do Tesouro, entre R$ 32 mil e R$ 51 mil. Eles acumulam os salários altos dos cargos, entre R$ 23,7 mil e R$ 26,7 mil, e os jetons dos conselhos das estatais, de até R$ 23 mil por mês.
Aucélio participa de dois conselhos — da Petrobras e da AES Eletropaulo —, embolsando R$ 10,8 mil. Ainda arrumou um “bico” desde 2011 no Comitê de Auditoria do BRB, no valor de R$ 16,4 mil. Ao todo, ele recebe R$ 51 mil mensais. A lei que rege a carreira de analista de controle do Tesouro proíbe o exercício de outra atividade, salvo a de magistério.
O subsecretário de Assuntos Corporativos, Líscio Fábio Camargo, responsável pela elaboração da portaria que restringiu o trabalho dos servidores nas salas de aula, mesmo fora do expediente, é presidente da Comissão de Ética da STN. Ele tem vencimentos totais de R$ 36,4 mil por mês — integra dois conselhos que lhe rendem um extra de R$ 12,7 mil por mês. O Correio procurou ontem o Ministério da Fazenda para saber a posição de Camargo sobre o “bico” do colega Aucélio. Mas não houve resposta.
Para o presidente da Unacon, os servidores do Tesouro têm legitimidade para assumir os cargos nos conselhos administrativo e fiscal das estatais e coligadas. Mas não há transparência na seleção. É feita uma lista daqueles que se habilitam e recebem uma pontuação. A direção do órgão não divulga os pontos de cada um. A escolha dos indicados é feita, basicamente, por Líscio Camargo e Marcus Aucélio.
“Temos cobrado há muito tempo a definição de critérios claros para participação. Muitas vezes chega nessas situações em que o Correio detectou, a mesma pessoa integrando vários conselhos, sem sabermos como foi feita a seleção e qual é a habilidade exigida em cada um deles”, afirmou Marques.
Canetas – O conhecimento e o silêncio da cúpula da Secretaria do Tesouro Nacional em relação ao “bico” irregular de Marcus Aucélio no BRB geraram revolta entre os servidores. Recentemente, um deles questionou, na rede interna, a qualidade das canetas compradas pelo órgão, que falhavam. O subsecretário Líscio Camargo respondeu que eles deveriam trazer canetas de casa. Camargo e outros subsecretários reservaram parte do estacionamento público do anexo do Ministério da Fazenda para seus veículos, com vigia pago pelos cofres públicos.
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