Com informações de: Elton Pacheco - FONACATE
O acesso de trabalhadores no serviço público e a ascenção destes aos cargos mais altos das coorporações deve ser baseado pelo mérito. É o que defende a professora do departamento de Sociologia e Ciência da Administração da Universidade de La Coruna, Obdulia Taboadela Aluarez. “Meritocracia é sinônimo de igualdade. Creio que a meritocracia é um bom mecanismo para se chegar a um país justo. Esse sistema permite, por exemplo, que uma pessoa como eu, filha de um trabalhador, e mulher, possa ter feito carreira no governo e possa estar aqui hoje”. A palestra da pesquisadora espanhola fez parte da abertura da 3ª Conferência Nacional das Carreiras Típicas de Estado, que acontece hoje (15) e amanhã, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
O modelo espanhol de valorização do servidor público também foi apresentado pela professora. “A Espanha foi, nos últimos anos, um exemplo de como um país atrasado nao admitia, nao aceitava diferenças, sobretudo na esfera pública, e que atingiu niveis de igualdade muito acima de qualquer previsão otimista”, afirmou. Segundo a Aluarez, apenas após 2004 o país europeu passou a reavalorizar as carreiras de estado, ao passo que, durante a ditudura militar, a carreira pública estava em declínio. “O acesso aos cargos públicos se dava pela nomeação e não pelo mérito. Isso era um problema. Sempre que havia troca de governo, por exemplo, os funcionários eram substituídos pelo novo poder em vigor. Não havia proveito da equipe técnica”.
A mudança ocorreu com a chegada do governo socialista, que tinha como objetivo retirar o corpo gerencial que vigorou durante a ditadura militar e promover uma renovação dos funcionários efetivos. A professora explicou ainda que, ao longo dos últimos 40 anos, com as mudanças, os espanhóis retomaram a confiança nos serviços públicos. “Creio que um país não é somente sua renda per capita. Entende-se por um país a capacidade que tem o Estado de fazer seus cidadãos mais felizes. Três características, portanto, são imprescindíveis para um governo democrático: transparência, bom governo e prestação de contas. E foi assim que chegamos à uma mudança na Espanha”, contou.
Durante a palestra, houve espaço para que os participantes tirassem dúvidas. Um dos servidores quis saber como se dá a chegada aos cargos mais altos, por exemplo, da polícia espanhola. “Provas físicas, intelectuais e de atitudes, mas no meu país é preciso ter experiência como requisito prêmio. Ou seja, nesses casos, o mérito é com base na antiguidade, no tempo de carreira do funcionário. A mesma coisa se dá dentro da Universidade. A polícia na Espanha é uma das carreiras de estado mais valorizadas no meu país”, respondeu.
Conferência
Ainda é possível participar da 3ª Conferência Nacional das Carreiras Típicas de Estado. Os servidores públicos interessados podem se dirigir ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães e efetuar suas inscrições. A participação é gratuita.
Fonacate © 2022 - Todos os direitos reservados
Design Lucivam Queiroz – Invicta Comunicação
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